"Ser goiano é carregar uma tristeza telúrica num coração aberto de sorrisos; é ser impetuoso e tímido.
É dar uma galinha para não entrar na briga e um nelore para não sair dela.
É amar o passado, a história, as tradições, sem desprezar o moderno.
É ter latifúndio, e viver simplório, comer pequi, galinhada e feijoada, e não estar nem aí para os pratos de fora.
Ser goiano é saber perder um pedaço de terra para Minas, mas não perder o direito de dizer também 'uai', 'este negócio', 'este trem', quando as palavras se atropelam no caminho da imaginação.
Ser goiano é saber cantar música caipira e conversar com Beethoven, Chopin, Tchaikovsky e Carlos Gomes.
É acreditar no sertão como um ser tão próximo, tão dentro da alma. É carregar um eterno monjolo no coração e ouvir um berrante tocando longe, bem perto do sentimento.
Ser goiano de pé-rachado não despreza uma pamonha, e teima em dizer 'ei, trem bão!';
Ao ver a felicidade passar na janela, exclama 'viche!', quando se assusta com a presença dela.
É beber caipirinha com tira-gosto a tarde, com a cerveja na eterna saideira.
Vive em palacetes e se exila nos botecos da esquina.
É cultivar a goianidade como herança maior. É ser justo, honesto, religioso e amante da liberdade. Ser goiano é olhar para a lua e sonhar, pensar que é queijo e continuar sonhando, pois entre o queijo e o beijo, a solução goiana é uma rima..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário